Aparições fantasmagóricas femininas deixam os marmanjos arrepiados há muito tempo. Elas usam um poder sobrenatural de sedução para atrair os desavisados e depois se revelam fantasmas frios, às vezes malignos. No Recife, existe a lenda da sinhazinha que se encantou nos mangues ao fugir de um marido ciumento e passou convidar os homens para um derradeiro passeio nos terrenos lamacentos das margens da bacia do Pina, na Zona Sul da cidade. Conta-se que muitos foram vítimas da nudez alva dessa assombração - tanto que o lugar, por décadas, foi chamado de "Encanta-moça".
Uma mulher assim, terrivelmente sedutora, também é vista no arquipélago de Fernando de Noronha. É a Alamoa, "galega" de beleza mortal que leva podres coitados à perdição. "Alamoa" vem de alemã - palavra transformada pelo falar simples do povo para nomear a perigosa figura que possivelmente tem origem européia. A lenda surgiu no tempo em que os holandeses ocuparam Pernambuco (nessa época também foram senhores das terras de Noronha, sabiam?) quando os nativos viram pela primeira vez mulheres loiras vindas do outro lado do atlântico. Nos tempos atuais, a Alamoa passou a ser chamada de "Mulher de Branco" pelo ilhéus, pois é vestida com roupas alvas que ela pede carona aos que passam pela única rodovia de Noronha. E que der esse "bigu" na intenção de aplicar uma cantada na bonitona logo vai descobrir que, na verdade, está ao lado de um caveira...cruzes!
E existem fantasmas de mulheres sedutoras assombrando homens em todos os estados do Brasil. Vejam, por exemplo, o caso contado por J.A. Gueiro, colunista do site do jornal O Globo. Ele relembra uma história que já era repetida pelos moradores de Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na década de 70 do século passado.
São duas horas da manhã, o engenheiro de uma obra está voltando para casa depois de uma estafante jornada de trabalho. Segue devagar, procurando evitar o sono e os buracos da estrada. De repente, avista, ao longe, um vulto branco de mulher. Acha estranho que uma pessoa incauta esteja ali perambulando àquela hora da madrugada, sujeita a um ataque de malfeitores. Reduz a velocidade e observa. É uma mulher, de fato, toda vestida de branco, como uma noiva. E muito bonita. O engenheiro para o carro bem ao seu lado, na margem da estrada, e pergunta-lhe se precisa de alguma ajuda. A mulher sorri, agradece e diz que está perdida, sim, e precisa mesmo de carona. Mais que prestativo, o engenheiro manda-a entrar no carro, encantado por sua beleza. A mulher fala com uma voz suave, mostra-se muito gentil e educada. O engenheiro quer saber onde ela mora. "Deve ser bem mais adiante, alguns quilômetros na frente", explica ela, "alguém me deixou aqui, agora não me lembro".
O engenheiro está muito admirado. Que coisa estranha! Uma mulher fina, sozinha naquela estrada, às duas da madrugada. Mas vai prosseguindo. Depois de rodar alguns quilômetros, mantendo uma tímida conversa com sua estranha passageira ouve dela, afinal, a resposta: "É aqui que eu moro", diz, apontando para um terreno cheio de lápides funerárias. "Quero descer aqui". Estavam diante de um cemitério. O engenheiro, atônito, para seu carro. A mulher desce e vai andando por entre os túmulos, até desaparecer como uma nuvem.
Na década de 1980, a aparição desta mulher de branco e seu sumiço dentro do cemitério de Jacarepaguá foram referidas por algumas pessoas tidas como sérias aqui da região. Ultimamente, o fantasma anda inconstante, como convém às aparições desse tipo. Fala-se de uma noiva que há muito tempo fora abandonada no altar e matou-se de desgosto. Sua alma penada ainda estaria vagando por aí. Acredite, se quiser.
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